sábado, 12 de março de 2011

> 24 Pré-Modernismo brasileiro (1902/1922)

Pré-Modernismo – Euclides da Cunha, Graça Aranha, Lima Barreto e Monteiro Lobato (prosa) – Augusto dos Anjos (poesia)

Início – 1902 com a publicação das obras: Os Sertões de Euclides da Cunha e Canaã de Graça Aranha
Chama-se pré-modernismo a literatura das primeiras décadas do século XX que procurou interpretar a realidade nacional, estampando a problemática, os caracteres e a linguagem das diversas regiões do Brasil, assim como o comportamento das sociedades urbanas. De 1902 a 1922, entre outros assuntos brasileiros, comentava-se a imigração alemã ( Graça Aranha); analisava-se o sertanejo nordestino (Euclides da Cunha); denunciava-se a miséria do caboclo (Monteiro Lobato); registravam cenas dos subúrbios cariocas (Lima Barreto). Canaã e Os Sertões ambas publicadas em 1902,representam o marco inicial do Pré- Modernismo.

Principais Autores e obras

Euclides da Cunha(1866/1909) – nasceu e morreu no Rio de Janeiro, correspondente do Jornal “ O Estado de São Paulo” presencia os acontecimentos de Canudos (1897)

Obras
Os Sertões/ Contrastes e confrontos/ Peru versus Bolívia/ A Margem da História/ Canudos(diário de uma expedição)/ Castro Alves e seu Tempo.

Graça Aranha(1968/1931)- nasceu no Maranhão e morreu no Rio de Janeiro. Cursou direito em Recife, juiz, diplomata , membro da Academia de letras brasileira. Participou da Semana da Arte Moderna no Brasil (1922).

Obras
Canaã(romance)/ Malasarte(drama folclórico)/ A estética da vida(filosofia)/A correspondência de Machado de Assis e Joaquim Nabuco/ O espírito Moderno/ Futurismo-Manifesto de Marinette e seus companheiros/A viagem maravilhosa(romance)/ O meu próprio romance.

Lima Barreto(1881/1922) – Nasceu e morreu no Rio de Janeiro. Origem humilde não completou os estudos, mestiço, alcóolatra, jornalista. Criticado na época pelo estilo desleixado. Considerado o escritor da I República. Focaliza o drama existencial do negro e do mulato. Monstra os humildes funciários públicos, os boêmio, os vencidos da vida. Retrata os subúrbios do Rio de Janeiro.

Obras
Romances: Recordações do escrivão Isaías Caminha/ Triste fim de Policarpo Quaresma/ Numa e Ninfa/ Morte de M.J Gonzaga de Sá/ Clara dos Anjos
Sátira: Os Bruzundangas
Humorismo: Aventura do Dr. Bogoloff
Artigos e crônicas: Feira e Mafuás/ Marginália
Memórias e reflexões: Cemitério dos vivos (inacabada)

Monteiro Lobato(1882/1948) – nasceu em Taubaté e morreu em São Paulo. Cursou direito, promotor, fazendeiro, jornalista e editor. Preso no governo de Getúlio Vargas. Criador de Jeca Tatu. Escreve o artigo “Paranóia ou Mistificação?” criticando a pintora Anita Malfatti(1917).
Linguagem plena de expressões regionais.
Primeira obra – Urupês (contos)
Irônico e com grande capacidade humorística ridicularizava tipos e costumes.
Rica literatura infantil.
Não aderiu ao grupo do Modernismo


Obras
Contos: Urupês (1918)/ Cidades Mortas(1919), Negrinha(1920)
Escreveu ainda crônicas, artigos e ensaios.
Urupês e Cidades Mortas são livros que retratam a linguagem e os costumes interioranos, quase sempre com intenção satírica.
Em Urupês criou a figura de Jeca Tatu, símbolo de nosso caboclo.
Cidades mortas tem como pano de fundo as decadentes cidades paulistas do Vale do Paraíba durante o declínio da atividade cafeeira.
Esse interesse em captar o cenário e o homem regional revela a preexistência do regionalismo em nossa literatura.
A denúncia da situação precária do negro e do preconceidto racial aparece em Negrinha.
Nessas obras percebe-se o Labato crítico, para quem certos hábitos brasileiros eram insuportáveis: a supervalorização de tudo que era estrangeiro; o nacionalismo cego;a falta de consciência política do povo. Em termos de linguagem, a aspiração maior de Lobato foi aproximar o texto literário da fala coloquial.

Augusto dos Anjos(1884/1914) –único poeta considerado Pré-modernista – nasceu em engenho de Pau-d’Arco, na Paraíba, e morreu em Leopoldina (MG).

Obra
Eu(1912) – a essa única obra, constituída de sonetos e de 58 poemas longos, foram-se agregando mais tarde outros poemas.
Escreveu ainda crônicas para jornais.
Sua poesia não encontra paralelo em nossa literatura, sobretudo pelo vocabulário, considerado na época anti-poético, de mau gosto, pois contrariava os padrões de bom gosto vigentes na época.
Mas o que chamou mesmo a atenção foi a linguagem, que empregava muitos termos da ciência da época, a ponta de o EU ter sido incorporado à biblioteca da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. O poeta mostrava sintonia com as teorias de Darwin e Spencer.
Essa linguagem é o veículo para os temas fundamentais da poesia de Augusto dos Anjos: decomposição, podridão, sofrimento, morte. Nesse terreno, move-se o verme, agente da destruição a que está sujeito todo universo.Um crítico chamou a obra de poesia de necrotério. O sucesso de público da poesia de Augusto dos Anjos é bastante considerável: o EU já teve mais de trinta edições.

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