sábado, 12 de março de 2011

> 22 Fases do Modernismo brasileiro

Após, o grande acontecimento da Semana de 22 veremos as fases do Modernismo brasileiro. Essas fases deverão ser fontes de conhecimento onde vocês terão informações sobre características, principais representantes e suas obras. Lembrando que as datas são marcadores para facilitar o estudo, podendo os autores ultrapassarem os limites destas e participarem de todas seguindo características específicas de cada uma.

As fases do Modernismo

1ª fase – 1922 a 1930 – conhecida como fase de destruição

Características
- luta contra o tradicionalismo
- total liberdade de forma
- nacionalismo
- valorização poética do cotidiano
- espírito polêmico e destruidor
- busca de originalidade
- xenofobia
- irreverência iconoclasta
- temas mais próximos da nossa realidade
- verso livre
- pesquisa folclórica
- poema-piada
- conscientização dos problemas brasileiros
- primado da poesia sobre a prosa

Principais autores
Mário de Andrade / Oswalde de Andrade / Manuel Bandeira / Raul Bopp / Menotti del Picchia / Guilherme de Almeida / Cassiano Ricardo / Alcântara Machado

Principais obras
- Paulicéia Desvairada – Mário de Andrade
- Memórias Sentimentais de João MiramarOswald de Andrade
- A escrava que não era Isaura – Teoria poética do Modernismo – Mário de Andrade
- Macunaíma – Mário de Andrade
- Martim Cererê – Cassiano Ricardo
- Cobra Norato – Raul Bopp
- Brás, Bexiga e Barra Funda – Alcântara Machado

2ª fase – 1930 a 1945 – conhecida como fase de construção

Características
- desenvolvimento do romance
- ficção regionalista (sobretudo a nordestina)
- visão crítica das realções sociais
- desenvolve-se a análise psicológica
- amplia-se a temática da poesia, com preocupação também religiosa e filosófica
- ao lado do verso livre, reaparece o verso tradicional, assim como o soneto e outras formas fixas
Principais autores e obras

Na prosa:

Graciliano Ramos (1892/1953)
Romances: Caetés(1933) / São Bernardo(1934) / Angústia(1936) / Vidas Secas(1938) / escreveu ainda parte do romance Brandão entre o mar e o amor, em parceira com Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, Jorge Amado e Anibal Machado
Conto: Insônia(1947)
Memórias: Infância(1945) / Memórias do cárcere(1953) / Viagem(1954) / Linhas Tortas(1962)
Crônicas: Viventes das Alagoas(1962) /
Literatura infanto-juvenil: A terra dos meninos pelados(1937) / Histórias de Alexandre(1944) / Histórias incompletas (1946)

José Lins do Rego (1901/1957)
O próprio autor classificou seus romances em três ciclos:

a- ciclo da cana-de-açucar – Menimo do engenho(1932) / Doidinho(1933) / Bangüê(1934) / Usina(1936) / Fogo Morto(1943)

b- ciclo do cangaço – misticismo e seca: Pedra Branca(1938) / Cangaceiros(1953)

c- obras independentes: O moleque Ricardo(1934) / Riacho doce(1939) / Água mãe(1941) e Eurídice((1947) – os únicos ramances que não têm o nordeste no cenário.

Érico Vessímo(1905/1975)

Romance urbano – Clarissa / Olhai os lírios do campo / O resto é silêncio / Caminhos cruzados

Romance histórico – nessa categ´ria está a obra-prima de èrico Veríssimo: a trilogia O tempo e o Vento, que saiu entre os anos de 1949 e 1961, em três romances: I- O continente(1949) / II- O retrato(1951) / III- O arquipélogo(1961) – formação social, econômica e política do Rio Grande do Sul, no período compreendido entre 1745 e 1945. Fatos importantes da nossa história aparecem no romance tais como: a Coluna Prestes, a Revolução de 32,o Levante comunsita de 1935... Tudo isso como eixo narrativo a disputa pelo poder entre as famílias Amaral e Terra Cambará. Dessa trilogia, destacam-se como personagens Ana Terra e Rodrigo Cambará. È uma obra épica, a saga do Rio Grande do Sul.

Romance político – São obras que se atêm à política nacional – Incidente em Antares(1971) – ou internacional - /O senhor embaixador(1965), que trata de uma revolução numa república fictícia da América Central. / O prisioneiro(1967) tem como cenário o Sudeste asiático

Jorge Amado(1912/)

Romance da Bahia (denominação do próprio escritor) – tendo Salvador com cenário – O país do Carnaval/ Suor/ Capitães da areia
Romances ligados ao ciclo do cacau – agora o cenário e outro: as fazendas de cacau do Sul da Bahia, conflitos sociais decorrentes da oposição entre trabalhador rural e o exportador de cacau – Cacau / São Jorge dos Ilhéus / Terras do sem-fim
Crônicas de costumes – Mar morto / Gabriela cravo e canela / A morte e a morte de Quincas Berro d’Água / Teresa Batista cansada de guerra / Tieta do agreste / Dona Flor e seus dois maridos

Rachel de Queiroz (1910/)
Nasceu em 17 de novembro de 1910. Estreou em livro no ano de 1930 publicando o romance O Quinze , militou no partido comunista brasileiro, em 1937, foi presa por suas ideias esquerdistas.De 1940 em dainte dedicou-se à crônica jornalística e teatro.Em 1977 tornou-se a primeira mulher a pertencer à Acadêmia de artes.
Sua obra é marcada pelo caráter fortemente regionalista dos romances modernistas: o Ceará, sua gente, sua terra, as secas são notas constantes em seus romances. Escritos numa linguagem fluente e de diálogos fáceis, que resulta em uma narrativa dinâmica. Suas principais obras são: O quinze / João Miguel/ Caminhos de Pedra/ As três Maria.

José Américo de Almeida
A obra que inaugurou a tencência regionalista foi A bagaceira publicada em 1928

Na poesia

Carlos Drumond de Andrade(1902-1987)/ Vinícius de Moraes(1913-1980)/ Jorge de Lima(1895-1953)/ Cecília Meirelles(1904-1964)/ Murilo Mendes(1901-1975)/ Augusto Frederico Schimidt e outros da primeira fase.


3ª fase – 1945 até hoje –tendências atuais – contemporânea

Historiadores preferem reservar o nome de Modernismo para as duas primeiras fases do movimento(1922 a1930/ 1930 a1945), denominando Pós-Modernismo ao período de 45 até os nossos dias.
Chamaremos a terceira fase o período compreendendo entre 45 e 60, e reservar o nome de tendência contemporânea para o período compreendido de 60/70 até a atualidade. As duas designações são aceitas e correntes na história de nossa literatura.

Características:
- Desenvolvimento do teatro e da crônica
- grande número de romancistas e contistas, voltados sobretudo para o regionalismo e a instrospecção
( os principais: Guimarães Rosa e Clarice Lispector)
- pesquisa formal – a poesia apresenta maior apuro do verso (como a de João Cabral de Melo Neto), ou busca novos processos de expresão ( como o concretismo, de Décio Pignitari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos)
- universalismo
A produção da terceira fase pode ser assim resumida, numa visão esquemática :

a) Prosa

Enriquecida por grande número de contos, crônicas e romances, a prosa do período dá sequência às três tendências básicas já observadas no segundo momento modernista, mas com considerável renovação formal.

I- Prosa urbana

Tratando do conflito entre o indivíduo e o meio social, aprece sobretudo nos contos.Dalton Trevisan é o nome mais importante surgido na terceira fase. Destacam-se ainda as crônicas de Rubem Braga e os romances e contos de Lygia Fagundes Telles.

II- Prosa intimista

Também chamada de prosa de sondagem psicológica, concentra-se na análise do mundo interior das personagens. Esboçada na segunda fase, a tencdência intimista amadurece, gerando textos cada vez mais complexos e penetranates. Clarice Lispector é a melhor representante dessa prosa. Destacam-se ainda Lygia Fagundes Telles e Antonio Lavo Pereira.

III- Prosa regionalista

Uma das tendências mais duradoura de nossa literatura, a prosa regionalista – que surgira no século XIX com Bernardo Guimarães – vai ser retomada, porém com grandes inovações temáticas e linguística. Destacam-se Herbeto Sales, Mário Palmério e Bernardo Élis. Mas nenhum deles produziu prosa regionalista tão inovadora e ousada como Guimarães Rosa, o grande renovador de nosso regionalismo.
É preciso não esquecer que grande parte dos escritores da fase anterior continuava em plena produção artística.

b) Poesia

Os novos rumos da poesia

A poesia atual, embora reúna artistas das mais variadas características, pode ser dividida em dois momentos: no primeiro, colocaríamos os poetas da chamada “geração de 45”, cuja intenção principal era a renovação da linguagem poética, numa depuração formal, manifestando preocupação com a objetividade na poesia e evitando o circunstancial e o anedótico. Dentre os poetas que expressavam essas concepões, devem ser, lembrados: Ledo Ivo, Geir Campos, Pericles Eugênio da Silva Ramos, Bueno de Rivera e o principal deles. João Cabral de Melo Neto.
No segundo momento ( a partir de 1956) teríamos o advento do Concretismo ou Poesia Concreta, que, como opróprio nome indica, pretende trabalhar com a realidade concreta do sígno linguistico, isto é , com o sgnificante (som, disposição gráfica, cor, etc.) A sintaxe passa a ser o visual, o espacial.
O poema enquanto expressão pessoal ou “mensagem” é abandonado em favor do poema enquanto objeto criado pela linguagem, cuja conotação resulta das próprias relações internas dos signos linguísticos.
Dos representantes dessa teoria temos, principalmente Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Décio Pignatari cujas produções estão nos números da revista Noigrandes e depois na revista Invenção. Além disso houve momentos paralelos em vários lugares, como derivações das idéias do grupo básico da Noigrandes: as revistas Tendência PTYX e o grupo da poesia Praxis, cuja revista Praxis serviu como divulgadora de suas concepções. A principal figura desse grupo é Mário Chamie, que pretende revitalizar a palavra numa relação com o contexto social e extralinguístico.
Todas essas experiências poéticas que se ligam ao concretismo, vinculam-se a movimentos semelhantes em outras artes, como se observa, por exemplo, na pintura, na escultura, no cinema, nas experiências musicais; apesar disso, os poetas concretistas reconhecem certos antecessores como Sousândrade (do romantismo), poeta desconhecido no seu tempo e valorizado pelos modernos, além de certos textos de Carlos Drumond de Andrade e João Cabral de Melo Neto.

A Poesia Praxis

A Poesia Praxis tem em Mário Chamie (Lavra-Lavra – 1962; Indústria – 1967) o poeta e o teórico mais atuante, e em Cassiano Ricardo a simpatia de um modernista de 22 cioso de renovar-se.
O poeta do grupo Praxis vincula a palavra e o contexto extralinguístico.
Segundo Mário Chamie:
“o autor praxis não escreve sobre temas. Ele parte de áreas (seja um fato ou emoção), procurando conhecer todos os significados e contradições possíveis e atuantes dessas áreas, através de elementos sensíveis são levantados: infraestrutura e primordialmente são eles: vocabulário da área (não o ensejado pela subjetividade dominadora do autor, a sintaxe que a manipulação desse vocabulário engendra; a semântica implícita em toda a sintaxe organizada; a pragmática que daí decorre, de vez que, na mesma medida em que o autor partiu da área e seu vocabulário para chegar a um texto, o leitor pode praticar o mesmo procedimento a partir de uma dada área.”

João Cabral de Melo Neto

Informações básicas:
- nasceu em Recife, Pernambuco
- não fez curso superior
- diplomata
- maior representante na Geração 45
- considerado o engenheiro da palavra
- estreia: Pedra do Sono (1942)
- estilo seco e conciso
- obra mais conhecida: Morte e Vida Severina, conhecida também como Auto de Natal de Pernambuco
- imagens visuais
- as obras O cão sem plumas e O Rio focalizam o Capibaribe e a gente sofrida do Nordeste

Obras:
Poesia – Pedra do Sono (1942)/ O Engenheiro (1945)/ Psicologia da Composição, Fábula de Anfion e Antiode (1947)/ O Cão sem Plumas (1950)/ O Rio (1954)/ Duas Águas (os anteriores e mais Morte e Vida Severina, Paisagens com Figuras e Uma Faca só Lâmina (1956)/ Quaderna (1960)/ Dois Parlamentos (1961)/ Terça-feira (1961)/ A Educação pela Pedra (1966)/ Poemas Completos (1968)/ Museu do Tudo (1976)
Prosa – Considerações sobre o poeta dormindo (1941)/ Juan Duró (1950).

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