quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Arcadismo no Brasil

Arcadismo

A Europa do século XVIII carateriza-se por mudanças marcantes.
- intenso progresso científico, de que são índices: a formulação da lei da gravidade – Isaac Newton/ estudos das leis das sensações pela psicologia/ classificação dos seres vivos pela biologia – desse progresso resultou a tecnologia e o aumento da produção/generaliza-se a ideia de que os negócios e a ciência constituem campos separados da religião.
Essas mudanças fazem parte de um movimento cultural que define a fisionomia da Europa no século XVII: o Iluminismo (de ilunimar – esclarecer) tinha como objetivo atualização das leis e técnicas, visando a atingir maior eficácia e justiça na ordem social. O século XVIII ficou conhecido como século das luzes, momento histórico em que acreditam que tudo pode ser explicado pela razão e pela ciência. Essa crença consolidou-se na Enciclopédia (projeto que visava reunir todo o acontecimento de um determinado momento histórico, já existia desde o Renascimento , mas foi no Iluminismo que o projeto tornou-se realidade), obra publicada na França, a partir de 1751, coordenada pelos filósofos D’Alembert, Diderot e Voltaire.
Nas artes em geral o período vai mostrar muito nitidamente a retomada da Antiguidade greco-romana e também do Renascimento. O estilo prodominate na Literatura é denominado Arcadismo ou Neoclassicismo .
Arcadismo – palvra que deriva de Arcádia, região da Grécia onde pastores e poetas, chefiados pelo deus Pã, dedicavam-se à poesia e ao pastoreio, vivendo em harmonia perfeita com a natureza. A Arcádia simbolizava o ideal de vida.
Neoclassicismo(neo – novo) – nome que deriva do fato de os escritores da época imitarem os clássicos, quer voltando-se para a antiguidade greco-romana , que imitando os escritores do Renascimento.
São as carcatériscas principais da literatura árcade:

Quanto ao eu-lírico: - interpreta a realidade de maneira predominantemente objetiva. Daí prevalecer o descritivismo.
- Adota identidade de pastores, que falam e agem no poema , adotavam pseudônimos.
- retoma-se também da Antiguidade clássica o fugere urbem, expressão latina que significa fugir da cidade, considerada fonte de tormentos impostos pela civilização.

Quanto aos temas: considera-se como ideal uma vida simples/ volta ao campo Bucolismo(o campo é considerado uma espécie de paraíso perdido)/ o homem que vive no campo é bom e puro/ a paisagem do campo é tranquila, sonora, harmoniosa/ vocabulário apresenta muitos termos ligados à vida campestre.


Quanto à forma: rejeitam-se as formas barrocas e preferem: construir períodos curtos/ empregar vocabulário mais fácil que o dos barrocos/utilizar mais comparação que as metáforas/utilizar verso sem rima (verso branco) em resumo a poesia desse período aproxima-se mais da prosa.







Aracadismo em Portugal(1756/1825)

1756 – Fundação da Arcádia Lusitana, inpirada na Arcádia Romana de 1690
1825 – Término – publicação do poema Camões, de Almeida Garrett, considerado o texto inicial do Romantismo português.

Autor principal:

Manuel Maria Barbosa du Bocage(1765/1805) – musa inspiradora – Gertrúria – escreveu poesia satírica( graça a obra satírica que se tornou conhecido), lírica (a melhor parte de sua obra que deve duas fases, a árcade e a pré-romântica que é o ponto alto de sua poesia lírica, escreve uma poesia de emoção, solidão e confissão, onde predonima uma visão fatalista do mundo

Arcadismo no Brasil(1768/1836)

1768- inaugura-se o estilo árcade no Brasil com a publicação das Obras poéticas de Cláudio Manoel da Costa.
O estilo árcade ficará em moda até a publicação, em 1836, da obra Supiros poétaicos e saudades, de Gonçaves Magalhães, que marca o início do Romantismo no Brasil.
Século XVIII, no Brasil, é considerado o século do ouro, grande extração de mineral e diamante.
Desoloca-se o eixo econômico - e com ele o cultural - para Minas Gerais (centro de extração do minério) e Rio de Janeiro ( porto de escoamento e nova capital do país desde 1763). Portugal explora o máximo com finalidade de contrabalançar seu defecit comercial.Os impostos sobre a mineração aumentão dando origem a uma generalizada insatisfação. Junta-se a isso as ideias liberais trazidas por estudantes brasileiro da Europa e a Independência dos Estados Unidos. Todos esses fatores culminaram na inconfidência Mineira, preparada por um pequeno grupo de letrados, muitos deles ex-estaudantes da Universidade de Coimbra. Esse mesmo grupo de oposição política era, basicamente, o que produzia ciência e literatura na época.
Podemos observar nesse período a preocupação, ainda que muito pouca, a relação entre escritor,obra e público, correspondência que não se observava até então.
Essa sistematização, somada à preocupação com a realidade brasileira, faz surgir traços que permitem identificar uma literatura decidida a afastar-se dos modelos portugueses, embora a imitação dos clássicos seja ainda bem nítida.
A busca de uma identidade para nossa literatura manifesta-se, sobretudo:
- pelo aproveitamento do indígena como herói literário. Tendência que representa a versão brasileira da valorização do selvagem, do homem natural, proposta no Arcadismo europeu. Expressa sobretudo na poesia épica que aqui produziu, não obstante ser ela de qualidade discutível.
- pela visão crítica da situação política do país, como ocorre no poema satírico Cartas Chilenas.








Autores e obras

Cláudio Manuel da Costa (1729/1789) - Nasceu em Minas e se formou em direito em Coimbra,viveu em Lisboa onde entrou em contato com as novidades do Arcadismo. Retornando ao Brasil tomou parte da Inconfidência Mineira. Enforcou-se na prisão. Glauceste Saturnio foi seu pseudônimo árcade, sendo Nise sua musa-pastora.
Obras: Obras poéticas(1768) – ( poseia lírica de grande influência camoniana- o sentimento amoroso e a descrição da natureza ocupam lugar de destaque em seus poemas) e Vila Rica(1837) – ( poema épico narra a fundação e a história da cidade, exaltando a aventura dos bandeirantes)

Tomás Antônio Gonzaga(1744/1810) – Nasceu no Porto(Portugal), estou direito em Coimbra, retornou para o Brasil em 1782, exerceu cargo de Juiz em Vila Rica antes de ser preso com os outros inconfidentes. Sua pena foi o degredo para Moçambique, onde se casou com uma viúva. Pseudônimo árcade Dirceu, sua musa inspiradora Marília, jovem de 16 anos por quem se apaixonou e para quem escreveu sua conhecidas Liras.
Obras:
Poesia lírica – Marília de Dirceu, obra composta de liras, o poeta, transformado em eu-lírico pastor (Dierceu), mostra-nos sua paixão por Marília. A obras divide-se em duas parte:
- a primeira contém confidências amorasas, descrição da amada, planos e sonhos de felicidade conjugal.
- na segunda agrupam-se os peomas escritos no cárcere, revelando o sofrimento físico e moral do poeta, lembranças da amada, além de reflexões sobre o destino, a justiça, a glória.

Poesia Satírica - Cartas Chilenas, poemas satíricos que percorreram Vila Rica antes da inconfidência, em forma manuscrita e anômina,Tomás Gonzaga critica o governador de Minas, Luís da Cunha Meneses, apareçe no texto com o pseudônimo satírico de Fanfarrão Minésio.
As cartas são escritas por Critilo(o próprio Gonzaga) e dirigidas a Doreteu(provavelmente Cláudio Manuel da Costa). Critilo, morador do Chile (Vila Rica), faz crítica dos desmandos do goverandor chileno( na verdade, Cunha Meneses).
As cartas não constituem um ataque frontal ao regime português, mas à pessoa do governador e outros mandatários. Gonzaga sastiriza pessoas, não instituições.

Basílio da Gama(1741/1795) – Nasceu em Minas Gerais. Estudou em Portugal e viveu na Itália, onde ingressou na Arcádia romana. Morreu em Lisboa, em 1795.
Sua obra mais importante é o poema épico O Uraguai, que narra as lutas entre os índio de Sete Povos da Missões, no Uraguai,contra o exército espanhol, lá sediado para pôr em prática o Tratado de Madri, que transferia aos portugueses as missões de Sete Povos e deixava aos espanhóis a Colônia do Sacramento.

Frei José de Santa Rita Durão(1722/1784)- Nasceu em Minas Gerais e morreu em Lisboa. Sua obra mais importante, o poema épico Caramuru trata do descobrimento da Bahia , levado a efeito por Diogo Alvares Correia, misto de missionário e colono português.

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